O Reino Unido anunciou hoje (27/01) medidas mais rigorosas de controle de fronteiras para tentar conter um dos piores surtos de Covid-19 do mundo.
Os britânicos que chegam de 22 países de “alto risco” terão que passar por uma quarentena de 10 dias em hotéis designados pelo governo. Os custos ficarão por conta dos passageiros.
Ao anunciar a medida, o primeiro-ministro Boris Johnson enfatizou que as regras mais rígidas se aplicariam também a viajantes de “países da lista vermelha, onde temos particular preocupação com novas variantes”.
Não-residentes no Reino Unido terão a entrada proibida, enquanto os cidadãos britânicos e residentes permanentes serão buscados diretamente no aeroporto e transferidos para acomodação fornecida pelo governo, onde começarão sua estadia obrigatória.
As despesas com refeições e hotéis podem acabar custando aos viajantes mais de £1500 por uma quarentena de 10 dias.
O anúncio foi feito um dia depois que o Reino Unido atingiu ontem a lamentável marca de 100.000 mortes por coronavírus.
Johnson afirmou também que os passageiros serão questionados quanto ao propósito da viagem.
“Quero deixar claro que, visto que os regulamentos recomendam a permanência em casa, é ilegal viajar ao exterior para fins de lazer e faremos isso nos portos e aeroportos perguntando às pessoas por que estão saindo e instruindo-as a voltar para casa caso não tenham um motivo justificável para viajar “, disse ele.
A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, reforçou que as pessoas que desejarem viajar para fora do Reino Unido deverão primeiramente providenciar uma declaração provando que sua viagem é essencial.
Um anúncio feito em 18 de janeiro já definia que todos os viajantes que entram no Reino Unido, incluindo cidadãos britânicos, devem apresentar um teste Covid negativo feito em até 72 horas após a chegada. Antes dessa data, as fronteiras foram abertas sem a exigência de teste.
A lista completa dos 22 países da “lista vermelha” ainda não foi anunciada, mas incluirá África do Sul, Portugal e países sul-americanos.
As novas regras ainda pode levar semanas para entrar em vigor, já que as novas acomodações ainda não estão prontas.
“O Departamento de Saúde e Assistência Social está trabalhando para estabelecer essas instalações o mais rápido possível.” – disse o primeiro-ministro.
O plano foi criticado por Nick Thomas-Symonds, do Partido Trabalhista de oposição, que disse que o anúncio aconteceu “um pouco tarde demais” e pediu uma “vasta quarentena abrangente nos hotéis”.
Gloria Guevara, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), respondeu à última proposta do governo do Reino Unido em um comunicado.
“Acreditamos fortemente que a aplicação de testes na partida e chegada de todos os viajantes é a única maneira de impedir a propagação do vírus, ao mesmo tempo permitindo que os passageiros com teste negativo viajem em segurança e a mobilidade internacional seja recuperada”.
“O governo deve ser transparente sobre os critérios utilizados para rotular um país como de alto risco”, acrescentou ela. “Também é vital termos uma estratégia clara e mais detalhes sobre os testes nos procedimentos de chegada.”
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