Para atender às necessidades dos alunos internacionais na Irlanda, o governo irlandês comunicou que as escolas de inglês devem reabrir para aulas presenciais em tempo integral a partir de 12 de outubro.
O Departamento de Justiça e Igualdade, em uma carta enviada aos membros da Lista Provisória de Programas Elegíveis, determinou que as aulas presenciais devem recomeçar em tempo integral, 15 horas por semana para todos os alunos.
No entanto, após este pedido, algumas escolas afirmaram que aulas presenciais podem aumentar o risco de contágio entre entre alunos e funcionários. A Progressive College Network, organização que reúne faculdades privadas da Irlanda, anunciou que tomará medidas legais contra o governo se necessário.
De acordo com a organização, o Departamento de Educação Superior e o Departamento de Justiça estão ignorando o fato de que o mundo está vivendo uma pandemia.
“A abertura precoce das escolas colocará todos em risco: alunos e professores. Os professores já expressaram preocupação porque têm pais idosos, filhos pequenos ou irmãos doentes ”, disse David Russell, presidente do PCN, em entrevista à PIE News, veículo voltado para profissionais em educação internacional.
Em relação à segurança dos alunos, o Departamento de Justiça destacou que cada instituição de ensino superior deve se certificar de que está respeitando as diretrizes de saúde pública.
Na carta, também foi enfatizado que o número de alunos em algumas instituições pode diminuir devido a restrições de distanciamento social.
Advogados que representam a Progressive College Network entregaram uma carta ao Departamento na qual afirmavam que os alunos das escolas inglês corriam o risco de se infectar, entre outros motivos, por serem da faixa etária que é mais afetada por casos de COVID-19 casos na Irlanda.
Afirmaram, ainda, que as propostas de cancelamento de pedidos de visto para estudantes que pretendam cursar as faculdades integrantes do PCN seriam consideradas uma ação que deveria ser revista.
De acordo com uma pesquisa recente realizada pela PCN, que incluiu 565 alunos de língua estrangeira e 66 professores, 54,5% deles afirmaram que prefeririam retornar às aulas presenciais apenas quando considerado seguro, enquanto 40,9 % disseram preferir continuar com aulas online.
Por outro lado, a Marketing English of Ireland, associação que representa as principais escolas de língua inglesa na Irlanda, disse que 81% das escolas já tem tido aulas presenciais há mais de oito semanas, alegando que as medidas de prevenção à COVID-19 foram totalmente respeitadas na chegada de novos alunos.
“As escolas integrantes da MEI estão abertas e prontas para aulas presenciais, mas também se prepararam para aulas online de qualidade a qualquer momento, em caso de lockdown regional e / ou nacional temporário durante o inverno”, disse um porta-voz da MEI.
A controvérsia teve início há alguns meses, quando o Departamento de Educação Superior, Pesquisa, Inovação e Ciência recomendou a suspensão de matrículas de alunos internacionais em escolas de inglês até 2021, expressando preocupação com a segurança dos novos alunos.
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