O primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar anunciou ontem (01/05) que as atuais restrições à vida social e econômica impostas pelo lockdown no país serão mantidas por mais duas semanas e serão reduzidas gradualmente a partir de 18 de maio.
“Precisamos de mais duas semanas”, disse Varadkar – “para controlar efetivamente a propagação do vírus, alertando que o fim do lockdown agora poderia levar a Irlanda “de volta à estaca zero”.
Foram anunciadas duas pequenas mudanças nas restrições atuais – o limite de 2 km será estendido para 5 km e pessoas acima 70 anos serão liberados para sair de seu confinamento domiciliar, mas somente se evitarem qualquer contato com outras pessoas. Caso contrário, todas as restrições permanecerão em vigor.
Segundo o primeiro-ministro, caso a contenção do vírus seja bem-sucedidas nas próximas duas semanas, a partir do dia 18 as restrições serão amenizadas em uma série de cinco fases, com três semanas de intervalo. “Nosso plano é reabrir o país de maneira lenta, progressiva e gradual”, disse Varadkar.
Dito isso, vamos conhecer cada etapa do plano de reabertura.
Fase 1 (18 de maio):
– Serão permitidas reuniões de pessoas de diferentes núcleos familiares em um número limitado a 4 pessoas
– abertura de creches para filhos e dependentes de profissionais da saúde
– retorno gradual de trabalhadores de atividaes externas ( centros de jardinagem, materiais de construção, casas de ferragens).
– retorno de lojas e profissionais cuja atividade seja essencialmente ao ar livre (reparos de bicicletas) ou que já estavam abertas durante a primeira fase das restrições (ex: oftalmologistas).
– Liberação de determinados espaços públicos (quadras de tênis, campos de golfe).
– Funerais poderão ter, no máximo, dez pessoas.
Fase 2 (8 de junho)
– Serão permitidas viagens de até 20 km.
– Idosos acima dos 70 anos poderão ir às compras em horários especiais
– Grupos de até 4 pessoas poderão visitar outra residência por um curto período, desde que respeitadas medidas de distanciamento.
– Pequenas lojas e mercados poderão abrir, desde que medidas de distaciamento possam ser adotadas
– abertura de bibliotecas públicas
Fase 3 (29 de junho)
-Pequenas reunioes sociais serão permitidas
– Cafés e restaurantes serão reabertos.
-abertura de cheches, pré-escolas e escola para filhos de trabalhadores essenciais de forma gradual.
-retorno ao trabalho de atividades com baixo nível de interação.
– abertura de estabelecimentos não essenciais com acesso e saída ao nível da rua.
Fase 4 (20 de julho)
– abertura de creches e pré-escolas para filhos de todos os outros trabalhadores, de forma gradual.
– volta ao trabalho para quem não pode trabalhar em casa.
– flexibilização gradual das restrições para serviços de maior risco (por exemplo, salões de beleza).
abertura de museus, galerias, templos e igrejas.
– Hotéis e Hostels serão reabertos, com ocupação limitada. Os bares dos hotéis deverão permanecer fechados.
Fase 5 (10 de agosto)
– Início do planejamento para abertura do ano letivo 2020/2021 (nível primário, elementar, universidades, pós-graduações e centros de ensino para adultos e crianças.
– Serão permitidas visitas em hospitais, clínicas, asilos e outras configurações residenciais.
– Retorno gradual do trabalho em todos os setores.
-Reabertura de pubs, bares e boates.
– Reuniões de maior porte como festivais e outros eventos culturais e esportivos serão permitidos.
– Abertura de cinemas e teatros.
– Retorno de esportes de contato físico direto como boxe e rugby.
– Academias poderão reabrir, caso sejam respeitadas as orientações de higienização dos espaços e aparelhos.
-Maior flexibilização das restrições aos serviços que envolvem contato físico direto por períodos prolongados, onde não exista uma demanda em toda a população (por exemplo, tatuagem, piercing) para fases posteriores devido ao risco.
Escolas e faculdades serão reabertas em setembro e outubro, período que marca o início do ano letivo europeu.
Apesar do novo plano de retomada das atividades, Leo Varadkar alertou que as restrições só serão afrouxadas caso não haja de uma “segunda onda” do vírus que possa sobrecarregar os serviços de saúde.
“Infelizmente, o risco de uma segunda onda do vírus está sempre presente”, afirmou o primeiro-ministro. “Portanto, só podemos passar de uma fase a outrase o vírus permanecer sob controle entre cada fase. E existe o risco de termos de voltar para a fase anterior, se isso acontecer”.
“Em qualquer cenário, pelo menos até que tenhamos uma vacina ou um tratamento eficaz, haverá uma necessidade, a longo prazo, de distanciamento físico, boa higiene das mãos, higiene respiratória, hábitos de limpeza regular e que as pessoas fiquem em casa e isolem caso estiverem doentes . ”
A adoção do planejamento é uma medida essencial para a reabertura da Irlanda. O sucesso no combate ao surto de COVID-19 no país deve-se também à adesão e compreensão da população. Em um pronunciamento transmitido pela televisão na última na sexta-feira, Varadkar enfatizou que milhares de vidas foram salvas graças aos sacrifícios e escolhas feitos pelos cidadãos irlandeses.
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